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VIAGENS DE ANTONIO MIRANDA PELO MUNDO
 


ODORES E HUMORES
22-03-1991

 

Os melões espanhóis, carnudos, são cor-de-abóbora por dentro e o perfume é singular. Abertos, em casa, impregnam o ar, delatam sua presença até nos corredores externos. Comprava-os nas feiras livres e nas ruas de Caracas. Doces, suculentos, deliciosos!
Inesquecíveis são também as casas de queijos da Holanda e da Dinamarca. Queijos de todos os tipos e cheiros. Fortes, suaves, marcantes. Provolones suíços, gorgonzola, parmesones.
Perto do apartamento de minha amiga Annette Skov, em Copenhague, havia uma rotisseria e venda de queijos. Era uma verdadeira catedral votiva aos queijos escandinavos e flamencos. Uma tentação permanente.
 


Foto: Xtreme Foodies

E as fritangas perto da “arena” de Bogotá. Miúdos de porco, fritos na própria banha. Morcelas (“morcillas”), rins e linguiças finíssimas, não na qualidade mas na espessura... Para os pobres famintos que saem das “corridas de toros”, nos fins de tarde.
Que dizer dos tabuleiros das baianas no velho portinho de Água de Meninos, em Salvador: promíscuo, pitoresco?!.
Carlos Alberto, meu amigo, ficava com o estômago revoltado nas imediações do Elevador Lacerda. Mas deixou-se envolver pelos mistérios do sarapatel, sua tonalidade morena, embora não conseguisse engolir com o mesmo prazer.

 


www.tudogostoso.com.br/receita/2763-arroz-com-pequi.html


O arroz com pequi é igualmente aromático, sedutor. Mais ainda do umbu do sertão ou o bacuri do Maranhão. Assim também as tantas farinhas e os fumos de rolo das feiras nordestinas! Feijoada carioca, moquecas capixaba, massas com orégano do bairro do Bixiga (São Paulo). Baião de dois ou “maria isabé”, pato no tucupi e as famosas “paellas” do sul da Espanha.  Couscus tunnisienne, stake au poivre, galinha de cabidela.
Cada prato tem seu paladar e seu cheiro peculiar. Só a comida inglesa não cheira nem sabe a nada. Até os hotdogs ianques e os hamburguêses alemães, os suaves shop sueis e as pizzas já tão vulgarizadas, não perderam as suas essências.
Dizem que no norte da França o que marca são as fragrâncias das lavandas. Nos arredores de Washington, no Estado da Virgínia, existem casas especializadas em vender perfumes e sabonetes, oriundos dos quatros cantos do mundo, e os cheiros são um constante desafio.
E na estação ferroviária reformada da capital americana pode-se tomar cafés colombianos, senegaleses, brasileiros, angolanos e turcos, de todos os gostos e cheiros, fortes e suaves, para todos os paladares e prazeres.

Mas o cheiro mais desagradável é o dos bairros pobres de Hong Kong, quentes, úmidos, humilhados, constrangidos.
Existem cheiros, nobres e perfumes seletos, muitos imperceptíveis para narinas rudes e leigas.
Casacos velhos, bolorosos, no início da estação fria, no metrô de Madri; vagões soporíferos nos subúrbios do Rio de Janeiro, em pleno verão; bares subterrâneos de Montreal, “tascas” de Barcelona, e “pubs” no inverno londrino, todos denunciam, pelos odores e humores, as origens de seus frequentadores...
Cheiros  da memória, indeléveis, persistentes.


 

 

 
 
 
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